TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico caracterizado por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade que afeta o funcionamento diário em múltiplos contextos, como em casa, na escola ou no trabalho. O TDAH costuma se manifestar na infância, podendo persistir até a vida adulta, embora os sintomas possam se modificar com o passar dos anos.

Principais Sintomas

Os sintomas do TDAH são classificados em dois grupos principais:

  1. Desatenção:
    • Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.
    • Distrair-se facilmente por estímulos irrelevantes.
    • Problemas em seguir instruções, finalizar tarefas ou trabalhos escolares.
    • Perda frequente de objetos pessoais e materiais de trabalho.
    • Dificuldade em organizar atividades e gerenciar o tempo.
  2. Hiperatividade e Impulsividade:
    • Agitação motora, mexer mãos e pés, dificuldade em permanecer sentado.
    • Falar excessivamente, interromper conversas ou atividades dos outros.
    • Impaciência e dificuldade em aguardar a sua vez.
    • Comportamentos impulsivos, como decisões precipitadas sem avaliar consequências.

Os sintomas variam em intensidade, podendo se apresentar predominantemente com desatenção, predominantemente com hiperatividade/impulsividade ou do tipo combinado, que inclui ambas as dimensões.

Causas e Fatores de Risco

O TDAH possui um forte componente genético, e estudos mostram que há alterações no funcionamento de neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina, em regiões cerebrais ligadas à atenção, controle inibitório e regulação do comportamento. Fatores ambientais, como exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, baixo peso ao nascer e eventos estressantes na infância, também podem contribuir, mas o TDAH não é causado exclusivamente por fatores ambientais ou pela forma de educar a criança.

Diagnóstico

O diagnóstico do TDAH é clínico e deve ser feito por um profissional qualificado, como um psiquiatra, neurologista ou psicólogo. Ele se baseia na história clínica, relatos de familiares, observação do comportamento e a aplicação de escalas de avaliação. É fundamental que os sintomas estejam presentes em mais de um contexto (por exemplo, em casa e na escola) e que comprometam significativamente o funcionamento social, acadêmico ou profissional.

Tratamento

O tratamento do TDAH é multimodal e pode incluir:

  1. Medicação: Os estimulantes (como metilfenidato e anfetaminas) são frequentemente prescritos, assim como alguns não estimulantes (atomoxetina, guanfacina), visando melhorar a atenção e reduzir a hiperatividade e impulsividade.
  2. Psicoterapia e Intervenções Comportamentais: A terapia cognitivo-comportamental, o treinamento em habilidades sociais e organizacionais, bem como orientações parentais, podem ajudar a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas do TDAH.
  3. Apoio Educacional: Ajustes no ambiente escolar, como tempo extra para provas, fracionamento de tarefas e orientação aos professores, podem beneficiar crianças e adolescentes com TDAH.
  4. Mudanças no Estilo de Vida: Há evidências de que prática de exercícios físicos regulares, boa qualidade de sono e alimentação balanceada contribuem para a melhora dos sintomas.

Prognóstico

Com um diagnóstico precoce, tratamento adequado e intervenções consistentes, muitas pessoas com TDAH aprendem a gerenciar seus sintomas e conseguem uma vida escolar, profissional e social satisfatória. O acompanhamento ao longo do desenvolvimento é fundamental, pois as necessidades e desafios podem mudar conforme a pessoa cresce.

Em suma, o TDAH é uma condição tratável, e o suporte correto pode melhorar significativamente a qualidade de vida de indivíduos afetados por esse transtorno.

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